Por Gustavo Villa e João Victor Sant’Anna Silva.

Introdução

O ser humano contemporâneo diante dos grafismos rupestres

Ao ficarmos diante de um grafismo rupestre, podemos ficar atônitos com a numinosidade que essa expressão do espírito humano nos desperta. Após nos recuperarmos, nossa cognição nos apresenta uma série de escolhas difíceis.

Por um lado, o impulso hermenêutico característico da humanidade nos leva a refletir sobre a intencionalidade dos autores e de seus determinantes sócio-históricos. Por outro, a cautela nos lembra dos problemas que podem surgir quando tentamos interpretar culturas diferentes das nossas.

Conforme discutimos ao longo deste artigo, não tem como sabermos ao certo qual o motivo que levou os povos originários a realizar estes grafismos. Podemos intuir pelas imagens que, ao menos alguns deles, indicavam práticas que hoje consideraríamos como religiosas

Conforme Tillich indica, os símbolos religiosos são meios pelos quais se expressa a realidade incondicionada, apontando para a dimensão última e misteriosa do ser (TILLICH, 1964).

Podemos refletir sobre a numinosidade que pode ser despertada na alma humana diante da contemplação dos grafismos a partir do referencial Junguiano.

Ao refletir a respeito das propriedades dos arquétipos, ele relata que “(…) eles têm uma “carga específica” e desenvolvem efeitos numinosos que se expressam como afetos” (JUNG, 1975, parágrafo 841, tradução livre).

Assim, uma possibilidade de entendimento desse sentimento de reverência e importância que surge em nossa alma ao estarmos diante dos grafismos é devido a uma manifestação arquetípica.

A expressão “arquétipo” tem sido utilizada de diferentes maneiras por diferentes autores, sendo sua definição até mesmo objeto de atrito entre Eliade e Jung.

Assim, é importante elucidarmos o que estamos nos referindo ao fazer uso dessa expressão. Vamos seguir as reflexões indicadas por Silva (2021) e considerar que os arquétipos são padrões que podem fazer parte da estrutura mais profunda de ordenação do universo, e que se manifestam em nossas mentes como categorias apriorísticas de atribuição de sentido ao mundo, maneiras de se interpretar a realidade e ter comportamentos diante dela.

Consideramos que a habilidade de interpretar é natural no ser humano, conforme vemos em (BRAIDA, 2021, página 10 e seg.):

“(…) todos nós somos intérpretes e temos a habilidade de compreender e apreender o sentido de algo, ação ou evento. A todo momento aparecem situações nas quais precisamos ler, interpretar e determinar o sentido ou o significado de um objeto, expressão ou ação”.

Então, ao estarmos diante de conteúdos tão espetaculares como os grafismos rupestres, temos a natural propensão a tentar interpretá-los.

Esse processo de interpretação, porém, enfrenta dificuldades.

Ao lidarmos com uma cultura tão diferente da nossa como a dos povos originários da região da Serra do Cipó, precisamos ficar constantemente atentos ao etnocentrismo.

Partindo da definição do Rocha(1988, página 05), temos que:

“Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é existência”.

Ao longo deste artigo, construímos uma proposta metodológica que se propõe como não etnocêntrica. Seja como for, o século XX foi prodigioso em questionar as maneiras como interpretamos o mundo.

Expoentes como Barthes, com sua noção de que o texto literário pode ter infinitas possibilidades de interpretação por ter infinitos significados e Derrida, em que o texto literário não tem nenhum significado e, por isso, pode ter infinitas possibilidades de interpretação, nos deixam cautelosos quanto a maneira como podemos atribuir sentido às produções humanas em geral (BARCELLOS, 2008).

Uma das inserções de Tillich neste debate vai no sentido de se considerar que a teologia deve dialogar com a cultura para obter chaves hermenêuticas que permitam o aprofundamento do desvelamento dos sentidos apontados pelos símbolos religiosos.

Ao levarmos esse raciocínio para a análise dos símbolos religiosos dos povos originários, vemos que efetivamente temos elementos que nos indiquem aspectos da cultura desses povos, mas a impossibilidade de se dialogar com representantes dos povos que realizaram esses grafismos torna nosso projeto ainda mais desafiador (TILLICH, 1964).

Mesmo diante das dificuldades hermenêuticas que citamos (e citamos apenas algumas das várias que se colocam), a motivação de realizar essa empresa permanece.

Podemos refletir sobre essa motivação a partir da noção Eliadiana de hierofania. Eliade (1992, página 13) indica que

“O homem toma conhecimento do sagrado porque este se manifesta, se mostra como algo absolutamente diferente do profano. A fim de indicarmos o ato da manifestação do sagrado, propusemos o termo hierofania”.

Temos que é possível a ocorrência de hierofanias diante das gravuras rupestres do eixo da Pedra do Sol, posto que isso aconteceu com os dois autores deste artigo.

O poder do simbolismo dos grafismos rupestres fica evidente no apontamento realizado por Josgrilberg no prefácio do livro de Souza sobre Eliade (2018, página 10):

“Através do mito e do símbolo fica claro que nossos antepassados não foram criadores de ilusões: antes deram expressão a poderosas formações de mundos humanos, capazes de significar e dar sentido às questões existenciais angustiantes do ser humano”.

Assim, ao nos colocarmos diante dos grafismos rupestres, estamos diante de conteúdos ricos de sentidos, capazes de produzir os mais profundos impactos na subjetividade humana.

A interpretação dos grafismos rupestres

Tradicionalmente, o estudo das artes rupestres tem por objetivo considerar o papel dessas artes nas sociedades que as realizaram. Seda (1997, página 140) indica que:

“(…) o estudo da arte rupestre deve obedecer a algumas diretrizes, sem as quais, acreditamos, o estudo dificilmente se encaminhará para aquilo que julgamos mais importante,ou seja, a sua contextualização”.

Conforme explicitado na sessão sobre método, não é nosso objetivo realizar essa contextualização, e sim ver os elementos que são despertos na alma humana contemporânea ao se admirar essas obras.

Seda (1997) indica que a interpretação da arte rupestre comporta três níveis:

  • O cenográfico, relacionado à constatação dos elementos objetivos presentes;
  • O hipotético, em que se busca estabelecer uma relação entre as representações rupestres;
  • E o registro exterior e o conjectural, em que o pesquisador elabora reflexões que tem amparo nos dois níveis anteriores, mas em que o pesquisador permite fazer suposições mais contestáveis.

Método

Uma proposta de método baseado em Eliade

Conforme refletido por Silva (2021), as hierofanias podem levar o ser humano a realizar ontologias arcaicas. Essas ontologias se diferem das modernas pois as ontologias arcaicas são inauguradas e motivadas por um contato direto com o sagrado, enquanto as modernas se baseiam sobretudo na razão.

A partir dessa reflexão, construímos a metodologia de nosso trabalho: vamos investigar o que os grafismos rupestres, as estruturas megalíticas e seus alinhamentos astronômicos despertam em nosso espírito.

Com isso, não temos a pretensão de dizer o que os autores originais buscaram expressar em suas obras no Vau da Lagoa, buscamos simplesmente registrar o que é expresso em nosso espírito quando contemplamos suas obras.

Mesmo assumindo uma postura clara de não querer realizar asserções a respeito das motivações dos autores dos grafismos, dos determinantes socio-históricos que levaram a sua confecção ou mesmo tentar fazer qualquer tipo de ilação a respeito de qualquer aspecto do modo de vida dos originários que realizaram as obras do alinhamento da Pedra do Sol, procuramos refinar e aprofundar as reflexões que se desenvolvem espontaneamente quando nos deparamos com os grafismos.

Fazemos esse refinamento inspirado no modelo do círculo hermenêutico (para reflexões sobre este tema, ver PALMER, 1988).

Ainda que o aprofundamento de nossos insights se inspire pelas noções do círculo hermenêutico, suas relações entre parte e todo e tudo mais, e ainda que nosso projeto busque abarcar o conhecimento científico mais recente e significativo sobre as culturas da Serra do Cipó, caso alguma das informações que coletarmos se prove incorreta no teste do tempo, isso não terá impacto profundo em nossa hermenêutica.

Vamos elucidar com um exemplo.

Suponhamos que consideremos que os povos que realizaram os grafismos eram caçadores-coletores e no futuro se prove definitivamente que eles eram uma sociedade de agricultores. O que foi desperto em nossa alma pelas reflexões baseadas nos elementos que motivaram nossas análises continua válido.

Mesmo que uma pessoa, em um quarto escuro, pise em algo e se assuste, achando que pisou em uma cobra quando, na verdade, pisou em uma corda, o susto continua sendo real. Assim, mesmo que as premissas que motivem nossa reflexão e aprofundamento dos elementos despertos em nossa alma se mostrem incorretas, permanece real o que foi desperto em nós.

A situação se agrava ainda mais ao constatar que a cultura que realizou os grafismos não deixou descendentes que possamos identificar na contemporaneidade.

Diante de toda essa situação, podemos conjecturar que, dado o esmero e a alta qualidade do material utilizado para a confecção dessas obras, elas se propõem a ser um convite ao diálogo, que se realiza entre as sucessivas gerações ao longo dos milênios.

Então, podemos aceitar esse convite, cientes das limitações de nossa empresa.

Contextualização histórica

Os povos originários da região do Vau da Lagoa

Ainda não existe consenso sobre como os seres humanos chegaram nas Américas. Sabe-se que os seres humanos se originaram na África e chegaram nas Américas em algum momento do final do Pleistoceno (período geológico de 2.000.000 até 10.000 antes do presente – AP).

Existem vestígios arqueológicos inquestionáveis da habitação em Lagoa Santa entre 12 mil e 8 mil anos AP.

Destaca-se que se encontraram cemitérios na região datados entre 11 mil e 8 mil anos atrás, porém especula-se que a cultura que realizou esses enterros não produzia grafismos com suporte em pedra (PROUS, 2007).

A região da Serra do Cipó é parte de uma grande área, em que os descendentes do povo de Luzia habitaram entre 12 ou 13 mil anos atrás.

Estudos indicam que houveram três grandes correntes migratórias envolvendo a Serra do Cipó. Especula-se que:

  • Os primeiros habitantes da região foram povos negroides, que lá habitaram por volta de 14 mil a 10 mil anos AP;
  • Seguidos pelos ameríndios, que foram os povos que possivelmente deixaram as pinturas rupestres.

Seja como for, diversas etnias habitavam as margens do rio Cipó.

Destaca-se que, na época da invasão portuguesa, os portugueses denominaram, pejorativamente, alguns habitantes da região como “Botocudos”, fazendo alusão a um objeto utilizado em barris de cachaça e os adornos que esses povos utilizavam.

Em 1808 Dom João VI iniciou uma guerra aos “Botocudos” (LACERDA, 2022, BRAGA, 2011). Atualmente temos povos originários habitando a região oeste do marco geográfico do “Vale do Travessão”.

O modo de vida dos povos originários

A região que envolve a área do Parque Pedra do Sol foi habitada desde, pelo menos, cerca de doze mil anos AP. Com isso, podemos esperar que as diferentes culturas que habitaram a região tivessem costumes singulares.

Ainda assim, podemos tentar compreender algumas generalidades sobre esses povos.

Os registros de ocupação mais antigos incontestes no Grande abrigo de Santana é de 11.960 AP e estima-se que as atividades pictóricas possam ter se iniciado desde essa época, porém outras fontes indicam que elas podem ter se iniciado a partir de, pelo menos, 8 mil AP (PROUS, 1991).

O modo de vida deles era baseado na colheita e na caça, com os indivíduos tendo baixa esperança de vida.

Ao longo do tempo houve pouco crescimento populacional e havia alimentação disponível na área, porém estima-se que a alimentação era dispersa e sazonal, ocorrendo crises e estresses alimentares periódicos.

Acredita-se que os povos que habitavam a região tinham estratégias de vida semelhantes. Seus indivíduos apresentavam pouco dimorfismo sexual.

Essa população apresentava um número maior de mortes de pessoas entre 5 e 15 anos do que a de outras populações ágrafas, e estima-se que isso era devido a doenças crônicas e recorrentes, deficiência alimentar e/ou entrada precoce das mulheres no ciclo reprodutor.

O pico da mortalidade ocorria por volta dos 20 anos, decrescendo até os 35 anos. A partir dessa idade, apenas 10% do coorte populacional restava com vida (SOUZA, 1993).

Os povos que lá habitavam tinham domínio da tecelagem, com peças tecidas encontradas em um sepultamento datado de 8 a 10 mil anos ap. (LARA, MORESI, 1991), tinham domínio do fogo, realizavam adornos como colares de contas (RESENDE, PROUS, 1991) e tinham habilidade no trabalho com pedras, retocando instrumentos para manter o fio de corte, por exemplo. (PROUS, MOURA, LIMA, 1991).

Temos vários indícios de práticas ritualísticas associadas com a morte. Foram encontradas sepulturas com cadáveres em posição fletida, com adornos como colares, elementos tecidos, pigmentos e placas de tatus.

Carvões e marcas de queimado em ossos sugerem que o fogo tenha tido algum aspecto ritualístico, podendo também ter sido usado para dissipar o mau cheiro e afastar animais necrófagos. Nota-se que, em alguns casos, o fogo tinha sido aceso antes da decomposição dos corpos. Em outros casos, depois.

Foi encontrado também agrupamentos de dentes de diferentes indivíduos em dois locais diferentes (COSTA, JESUS FILHO, MALTA, PROUS, SILVA, SOUZA, TORRI, 1991, JUNQUEIRA, PROUS, 1993). As distintas culturas que habitaram a região apresentavam diferentes ritos, porém destaca-se uma mudança significativa há cerca de 8 mil anos AP.

Antes dessa época, havia um enfoque na manipulação perimortem do corpo, com covas ocupadas por mais de um indivíduo e seleção de partes anatômicas.

Após essa data, verifica-se que há um protelamento do sepultamento, com covas ocupadas por um único indivíduo e com ossos longos quebrados para ocupar as dimensões da cova (STRAUSS, 2010).

A realização dos grafismos

Muitas vezes, era necessário que os povos originários realizassem o deslocamento de materiais para realizar os pigmentos, como materiais derivados de cupinzeiros e blocos de hematitas compactas, elementos esses que não ocorrem na região onde as pinturas eram realizadas.

A presença de pigmentos em instrumentos indica que estes instrumentos estavam associados à realização das pinturas.

Conforme já indicado, acredita-se que os registros pictóricos tenham se iniciado há, pelo menos cerca de doze mil anos, embora outras fontes indiquem há cerca de oito mil anos, e tenham sido realizados até mil anos atrás (LARA, MORESI, 1991, COSTA, JESUS FILHO, MALTA, PROUS, SILVA, SOUZA, TORRI, 1991, PROUS, BAETA, 1993).

A arte rupestre no Brasil anterior à invasão portuguesa

O Brasil é bastante rico em artes rupestres, e as suas expressões são bem variadas, tanto em sua temática, suporte, estilo, material e assim por diante.

As expressões destas artes se estendem por períodos de tempo consideravelmente amplos.

Há 40 mil anos os aborígenes australianos já pintavam paredões, e existem registros controversos de grafismos na Serra da Capivara que têm cerca de 26 mil anos.

Temos datações de sítios arqueológicos em Minas Gerais estimadas em cerca de 12 mil anos AP e a datação da pintura da gruta da Pedra Pintada, em Monte Alegre, é de cerca de 11 mil anos AP.

Destaca-se, ainda, que muitas vezes existe sobreposição de grafismos de diferentes épocas (GASPAR, 2006).

Os grafismos da região do Vau da Lagoa

Essa região é bastante conhecida por abrigar humanos há vários milênios. Na região do Carste de Lagoa Santa e na Serra do Cipó existem vários sítios arqueológicos, que se encontram nas proximidades de rocha calcária e quartzito.

Os grafismos rupestres registrados na região são pintados, picotados e incisos. Pensa-se que os grafismos mais antigos da região foram realizados, pelo menos, a partir do Holoceno médio, com os seus traços pertencentes à tradição Planalto.

Existem também na região expressões gráficas não planalto de períodos mais recentes do que os grafismos Planalto, além de repertórios estilísticos e temáticos peculiares (BAETA, 2011).

A tradição Planalto se estende por todo Planalto Central brasileiro, abrangendo o Paraná até a Bahia, com seu principal expoente sendo Minas Gerais.

Os grafismos costumam ser pintados em vermelho, com ocorrência também da cor preta, amarela e raramente branca. São representados animais como cervídeos, peixes, pássaros, e raramente tatus, antas, porcos-do-mato e tamanduás.

As figuras humanas e formas geométricas também são registradas, porém geralmente de maneira pequena e filiforme, cercando os animais (GASPAR, 2006).

As estruturas megalíticas brasileiras

Uma das principais atrações do Parque Pedra do Sol é a estrutura que dá o nome ao parque, uma estrutura megalítica alinhada com o equinócio e com os solstícios.

O estudo do megalitismo brasileiro é bastante recente. Um grande marco desse estudo ocorreu em novembro de 2005, quando uma equipe de pesquisadores estava trabalhando em Calçoene, no Amapá, e uma dessas pessoas levou a equipe a conhecer um agrupamento de pedras circular com 30 metros de diâmetro.

Esse sítio foi denominado de AP-CA-18 e, além de ser uma estrutura megalítica, vemos que ele tem um alinhamento arqueoastronômico com o solstício (CABRAL, SALDANHA, 2008).

A arqueoastronomia brasileira

A relação dos povos originários e a astronomia começou a ser estudada na década de 1950 por Marceul Homet, com a descoberta de petróglifos com representações do sol associadas com urnas funerárias em Roraima.

Os megalitismos estão, muitas vezes, em íntima relação com a astronomia, como vemos na associação que se é feita entre o megálito de Monte Alto e as Plêiades e o monólito do Segredo, cujas pedras ao seu redor aparentemente indicam as direções helíacas (LANGER, 1997).

O estudo da arqueoastronomia e as artes rupestres da região da Serra do Cipó tem destaque no trabalho de Gustavo Villa.

Seus trabalhos indicam o alto nível de sofisticação dos povos originários em relação à observação celeste, com destaque a seus achados quanto a grafismos registrando as Plêiades, o alinhamento entre diferentes sítios e os pontos cardeais, a construção de megálitos relacionados com os equinócios e solstícios, indícios de cerimônias ritualísticas associadas ao sol em grafismos, e assim por diante (LACERDA, 2022).

O parque arqueológico “Pedra do Sol”

A fundação do parque

O parque foi criado no equinócio de outono de 2021 por Gustavo Villa. O terreno foi comprado inicialmente com o projeto da construção de uma residência particular.

Após a compra, Villa descobriu os grafismos rupestres que se encontram em sua propriedade, bem como a presença da estrutura megalítica “Pedra do Sol”, cujas principais características são relatadas a seguir.

Diante da importância de suas descobertas Villa funda, por iniciativa privada, o “Parque Arqueológico da Pedra do Sol”.

O alinhamento dos sítios arqueológicos da região

Podemos verificar a existência de diversos sítios arqueológicos presentes no eixo correspondente ao caminho do sol no equinócio na região onde o parque foi construído, conforme vemos na imagem a seguir:

Partindo do leste para o oeste, o primeiro sítio que temos nesse alinhamento é o sítio “cedro”. Neste sítio temos antropomorfos e contagens, segue um exemplo deste sítio:

O segundo sítio deste alinhamento é o sitio que é chamado Gruta dos Bichos. Neste sítio temos o registro apenas de zoomorfos em ocre. Na sequência temos os sítios que estão dentro do Parque Pedra do Sol. Primeiro temos a Gruta do Seichú (Gruta das Plêiades em tradução do tupi):

Depois, temos o sítio arqueológico da Pedra do Sol, em que temos duas construções megalíticas. O protótipo da Pedra do Sol:

E a própria Pedra do Sol:

Saindo do Parque Pedra do Sol e seguindo esse alinhamento, temos o sítio arqueológico Lapa da Dança do Sol:

Por fim, o último sítio deste alinhamento é o Mata Capim:

Os sítios arqueológicos do Parque Pedra do Sol

Os dois principais sítios são o Gruta do Seichú e o Pedra do Sol. O sítio Gruta do Seichú destaca-se por ter um grafismo que faz referência a este grupo estelar. Além deste grafismo, encontramos grafismos de contagens, zoomorfos e antropomorfos.

Quanto ao entorno dos grafismos, verifica-se que existe bastante terra na entrada da gruta. Passivamente esta terra é de origem posterior à época em que os povos que realizaram os grafismos habitaram a região.

Então possivelmente o interior da gruta, ainda não explorado, pode ter mais elementos referentes a esta cultura.

Já no sítio da Pedra do Sol destaca-se que a presença de grafismos de cor branca (em negativo. possivelmente o pigmento era ocre ou vermelho), e elementos que indicam que toda a pedra era coberta de grafismos.

A Pedra do Sol tem uma grande fenda, que se alinha com os equinócios e uma segunda fenda que se alinha com os solstícios, formando assim o ângulo intertropical.

Ao se olhar da pedra do sol no sentido leste, vemos o megálito “Protótipo da Pedra do Sol” que, conforme o nome indica, parece ser o protótipo da principal estrutura megalítica do parque, porém com a peculiaridade que existem pedras na fenda que parecem ter sido colocadas lá por seres humanos.

Já no sentido oeste temos um grande espaço plano que pode ter servido como palco para celebrações e/ou verificações astronômicas baseadas na sombra projetada pela pedra do sol nas diferentes estações do ano.

Principais elementos do conjunto dos sítios arqueológicos do parque da “Pedra do Sol”

Megálitos associados `a arqueoastronomia

Ao analisarmos o conjunto dos elementos do parque da Pedra do Sol vemos que se trata de sítios ligados à arqueoastronomia, com ênfase na utilização de megálitos.

Notamos que existe tanto um foco nos fenômenos astronômicos diurnos, com a Pedra do Sol e suas marcações de equinócios, solstícios e do ângulo intertropical como de fenômenos astronômicos noturnos, com o registro das plêiades.

Destaca-se também a existência de grafismos e de protótipos da pedra do Sol.

Os megálitos

A “Pedra do Sol” se impõe de maneira majestosa na paisagem do parque. O megalitismo é um fenômeno mundial e que ocorreu também no Brasil, em locais como Calçoene.

Destaca-se que muito da produção megalítica parece ter relação com os equinócios e solstícios, bem como que o megalitismo nacional é pouco estudado na academia nacional (CABRAL, SALDANHA, 2008). Diversos elementos nos levam a hipotetizar que essa estrutura tenha ação antrópica.

Conforme já apontado, à partir da Pedra do Sol é possível se verificar os equinócios e solstícios. Destacamos ainda a superfície bastante lisa da fenda da Pedra do Sol e a presença de um protótipo da Pedra do Sol em suas imediações.

Neste protótipo, cujas fotos já foram apresentadas, vemos que existem pedras que parecem que foram colocadas por seres humanos com o intuito de se fechar a fenda que daria origem à observação dos fenômenos astronômicos.

A respeito dos sentidos das construções megalíticas, Eliade (1999) aponta que, em diversas culturas, as estruturas megalíticas estavam associadas a cultos de antepassados e em crenças de que eles podem intervir em favor dos vivos.

Embora seja difícil especular se esses monumentos megalíticos podem ter ou não associação com o culto de antepassados, vemos em outros sítios arqueológicos da região que havia uma grande ênfase em práticas funerárias (LOBATO, 1991, 1993; STRAUSS, 2010).

Quanto a isto, vemos que nas mais diversas culturas temos elementos que apontam na direção de uma vida pós morte e da busca por intervenção de seres de planos espirituais em nossas vidas.

Neste aspecto, podemos nos lembrar das palavras de Max Muller (1867, página 07, tradução livre):

“(…) uma intuição de deus, uma noção da fraqueza e dependência humana, a crença em um governo divino do mundo, uma distinção entre o bem e o mal, e a esperança de uma vida melhor, estes são alguns dos elementos radicais de todas as religiões”.

Eliade (1999) aponta ainda que as estruturas megalíticas de diversas culturas podem estar associadas a questões de sexualidade.

Essa reflexão parece se adequar ao contexto da “Pedra do Sol”, primeiro por seu formato que alude a elementos dos órgãos reprodutores femininos, e também por ter uma outra possível construção megalítica nas imediações que parece representar um falo e que tem alinhamentos no equinócio, conforme vemos na próxima foto.

Em nosso espírito contemporâneo, a estrutura megalítica desperta o sentido do desejo do ser humano de registrar, no mundo externo, o seu mundo interno.

Ainda, ao se olhar para esse mundo interno, encontramos elementos que são carregados de forte caráter hierofânico, sagrado, importante, transcendente, e temos o quanto esses elementos hierofânicos podem encontrar ressonância em diversos membros de uma sociedade, a ponto de realizarem um esforço conjunto para registrar essas hierofanias por meio de uma atividade coletiva laboriosa.

Refletimos também sobre a necessidade humana de comunicação. Como um pai e uma mãe que educam os seus filhos, os ancestrais de nossas terras deixaram megálitos simbólicos para ajudar a nos guiar na vida e em nosso mundo interno.

Diante dessas constatações, nos resta refletir se esses elementos se trata de algum tipo de memória atávica, instintiva, que serve para guiar as nossas vidas em direção ao transcendente ou é algum tipo de mecanismo de defesa, autoilusão ou coisas do tipo para não lidarmos com a dor do desamparo humano e sua finitude.

É importante refletir que o ser humano e os animais têm, de maneira totalmente inata, diversos instintos que buscam elementos no mundo para sua satisfação.

É conhecido o raciocínio de que nascemos com o instinto de nos alimentarmos e buscarmos alimentos; temos o instinto de buscar no mundo parceiros sexuais, e encontramos esses parceiros; então seria bastante extravagante se tivéssemos esse instinto de busca pelo transcendente dentro de nós e não encontrássemos um objeto para satisfazer essa busca no mundo.

Quanto à questão de os elementos megalíticos terem representações relacionadas com a sexualidade, podemos identificar esse detalhe pelas formas dos monumentos.

Ao abordarmos possíveis sentidos despertos em nossa alma cotidiana a partir desses elementos, podemos seguir a reflexão apontada por Jung (1980, parágrafo 171) e usar a teoria Freudiana como uma possibilidade hermenêutica que parte de um ponto de vista mais concreto, em que tais atos podem, de alguma maneira, estar associados a questões da infância, ou partir de uma outra linha hermenêutica de que trata-se de símbolos que remetem a elementos profundos e sofisticados da alma humana, que tomam a forma de símbolos relacionados à sexualidade.

No caso, podemos refletir que esses símbolos nos remetem à dualidade que aparenta existir na natureza:

  • Macho/fêmea;
  • Dia/noite;
  • Vida/morte e assim por diante;
  • E à questão da própria criação da vida, que até os dias atuais se mantém como um mistério.

Mesmo que nós, seres humanos, possamos nos reproduzir e criar vida, o ato da criação original, do estabelecimento das leis da física, do surgimento da matéria e tudo mais continua envolto em um mistério numinoso.

Equinócio e solstício

No sítio arqueológico da “Pedra do Sol” existem elementos associados ao equinócio e ao solstício em diversos locais. Além dos alinhamentos encontrados nas fendas da Pedra do Sol, temos o alinhamento dos sítios arqueológicos da região, conforme já demonstrado nesse trabalho.

A questão do equinócio é trabalhada por Jung (1976) ao analisar um mito egípcio em que, na data do equinócio, ocorre um retorno ao útero de uma divindade, simbolizando o caráter cíclico da existência. Jung (1980) trabalha a questão dos equinócios e dos solstícios ao analisar textos da alquimia.

Ele indica que entre os dois equinócios e os dois solstícios temos as partes de todo o zodíaco. Jung segue contextualizando outros elementos e indica que estes achados têm relação com ritos de renovação.

Para Jung, esses ritos tem por objetivo abolir a distinção entre inconsciente e consciente, e aponta que a emancipação do consciente do inconsciente pode ter como resultado uma perda de contato com os instintos, o que leva a confusão e erros.

Para Jung (1980), é evidente que esses ritos de renovação trazem importantes resultados, posto que, se eles não tivessem forte eficácia, eles não teriam nem surgido, quanto mais saído de épocas tão remotas.

Mais ainda, vemos que elementos relacionados com esses ritos continuam surgindo nos sonhos dos seres humanos modernos.

Já Eliade (1982) cita a questão dos equinócios e dos solstícios no contexto da explicação do ano novo babilônico, apontando que essas cerimônias têm por objetivo restaurar um estado primordial da criação, um retorno a um tempo “puro”.

Eliade aponta também que os mitos relacionados ao equinócio e ao solstício têm por objetivo referir a épocas de plantio, com a agricultura como símbolo dos ciclos da natureza. Apesar de focar nas sociedades agrícolas, Eliade aponta que esses simbolismos se estendem até sociedades pré-agrícolas.

Para nós, todo o trabalho e o esmero que os originários tiveram em realizar o registro destes alinhamentos nos serve como uma lembrança de um aspecto fundamental da existência: o universo é cíclico.

Nós, humanos, também somos parte do universo e, assim, também estamos sujeitos a seus ciclos.

As pinturas rupestres

Tanto na Gruta do Seichú como na Pedra do Sol encontramos pinturas rupestres, bem como em diversos outros sítios que se encontram fora do Parque Pedra do Sol, mas dentro do alinhamento indicado por ela.

Essas pinturas retratam antropomorfos, zoomorfos, elementos celestiais, contagens e símbolos abstratos. Todos esses elementos são claramente simbólicos.

Jung (1976) indica que a formação de símbolos é algo tão antigo quanto a própria humanidade, utilizando a existência de símbolos nos testemunhos arqueológicos mais remotos como exemplo desse fato.

Mais especificamente, Jung (1973, 1980) utiliza as pinturas rupestres para ilustrar que mandalas como as relativas à roda do sol surgem desde o neolítico, como vemos nas pinturas rupestres.

Eliade (1999) reflete que os locais onde ocorrem pinturas rupestres podem estar associados a práticas de xamanismo, ritos de iniciação e santuários, indicando que, em muitos locais, essas pinturas ocorrem dentro de cavernas e em locais de difícil acesso.

Refletimos que as pinturas rupestres são mais um indicativo da necessidade humana de expressar o seu mundo interno, e é bastante singular que essa expressão encontra meios tanto por formas que remetem a elementos concretos do mundo, como seres humanos, como também por meio de símbolos abstratos geométricos.

A questão destes símbolos, dos quais temos a mandala como exemplo, aponta para um aspecto profundo da mente humana: a transcendência do naturalismo.

Existem elementos dentro da alma humana cuja expressão não é possível de se realizar por meio dos objetos da natureza, e então padrões geométricos abstratos parecem apontar para elementos que transcendem a razão e as capacidades comuns de expressão.

Os elementos celestes

Nos sítios do Parque Pedra do Sol temos referências ao sol e às Plêiades nas obras dos originários. Vemos que existem então elementos referentes ao céu diurno e noturno.

Jung (1971) relata a respeito da diferença entre o mundo consciente e o inconsciente, tratando o último como “o mundo da noite”. Ele indica que este mundo noturno nos causa temores, e os seres humanos tentam lidar com isso desde o paleolítico.

Jung exemplifica as maneiras que temos de lidar com essas questões por meio das pinturas rupestres da Rodésia, onde temos animais e símbolos abstratos como uma cruz dupla contida em um círculo.

Eliade (2008) aponta para a quase universalidade de crenças em um ser divino celestial, e que a simples contemplação da abóboda celeste pode provocar na “mente primitiva” uma experiência do sagrado.

Eliade aponta ainda que, em muitas culturas, a centralidade do culto ao céu foi dando lugar a outras expressões do sagrado e que nem todas as culturas desenvolveram cultos solares, e que geralmente os cultos solares costumam estar associados ao racionalismo.

Em nossa subjetividade, contemplar a ênfase que estes povos davam aos elementos celestes nos remete à hierofania que temos diante da imensidão do cosmos.

Olhar para o céu deixa claro a assimetria de poder entre o ser humano e as forças do universo.

A noite nos deixa assustados pois fica claro que estamos totalmente entregues à vontade de forças naturais que podem desejar nos destruir, como uma onça; porém as plêiades, com sua constância, nos lembram que mesmo diante da escuridão da noite podemos encontrar elementos para nos guiarmos.

Considerações finais

Os grafismos e megálitos da região na qual o Parque Pedra do Sol está inserido têm o poder de despertar sentimentos profundos nas pessoas sensíveis que os contemplam.

Não sabemos ao certo as intenções dos seus autores, mas a mensagem que recebemos dos povos originários antigos que ecoa em nosso coração é uma mensagem de esperança: trazemos dentro de nossas almas algo sublime que deseja se expressar (refletido pela construção de megálitos).

O universo é repleto de encantamentos, belezas e perigos, e nós somos muito pequenos diante dele (o foco nos elementos celestiais).

A natureza é cíclica e pode ser compreendida como tendo determinados aspectos dualistas (foco nos equinócios e na relação dia e noite). Mesmo diante do lado escuro da existência, ainda podemos encontrar algo luminoso para nos guiar (as plêiades).

E, apesar de tudo, devemos ressaltar a vida e o prazer (o simbolismo sexual dos megálitos).

O Parque Pedra do Sol possui uma estrutura megalítica extremamente relevante. Ela vem reforçar a sofisticação, o refinamento, capacidade de trabalho em equipe e conhecimentos dos povos originários.

Precisamos valorizar os achados arqueológicos da região do Vau da Lagoa, com uma ênfase na Pedra do Sol, dada a imponência da estrutura e sua posição extremamente única no Brasil.

Historicamente, a posição dos povos originários no imaginário popular nem sempre fez jus à complexidade e beleza de suas culturas. Não é raro associarem os povos originários com retrógrados, bárbaros e afins.

O estudo das construções megalíticas brasileiras pode contribuir para mudar essas representações. O ato de talhar grandes estruturas em pedra tem um grande impacto na subjetividade de quem contempla essas obras.

As pedras costumam estar associadas à estabilidade, imutabilidade, permanência e rigidez. O fato de um ser humano cortar a pedra é bastante simbólico do ato humano de atuar na natureza.

Assim, a valorização das construções megalíticas pode ter um efeito simbólico inconsciente que contribua para que haja representações sociais mais positivas relacionadas com os povos originários.

A Pedra do Sol precisa ser estudada. É fundamental que seja investigado detalhadamente e seja estabelecido que se trata de algo modificado pela mão humana.

O bom senso indica que a fenda da Pedra do Sol foi feita por seres humanos.

Ela é extremamente lisa na parte interna e com alinhamento perfeito com os equinócios e solstícios, além de ter vários grafismos na pedra. O próximo passo é isso ser atestado por pesquisadores e a pesquisa por indícios materiais deste feito, como ferramentas que foram utilizadas para essa empresa.

É necessário que haja financiamento público para a realização de escavações na região. Em especial na Gruta do Seichú. Nota-se que existem passagens de ar pelas aberturas da gruta e indícios de que a terra que lá está depositada é recente.

Possivelmente a parte interna da gruta era de fácil acesso na época da realização dos grafismos que lá se encontram. A sua escavação pode revelar importantes sítios arqueológicos.

A região na qual o Parque Pedra do Sol está inserido está ganhando destaque no turismo nacional por conta de suas maravilhas naturais, como cachoeiras e rios.

O destaque para os grafismos rupestres pode aumentar ainda mais os atrativos turísticos da região.

Em suma, quando o Parque Pedra do Sol atingir o destaque que merece, os ganhos serão imensos:

  • As pessoas que visitarem o parque poderão ter profundas experiências interiores com a contemplação dos grafismos rupestres e as estruturas megalíticas;
  • A representação social dos povos originários se tornará mais positiva;
  • Os habitantes da região e o comércio local serão incentivados;
  • E, com a escavação da Gruta do Seichú, teremos um maior conhecimento da ancestralidade dos povos originários.

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